UM ATO INTERMINADO
Autor: Irineu B Strassburger
Abre o pano.
Cenário: Palco às escuras. Fundo musical “Imagine” de John Lennon. Enquanto a música é tocada, o locutor fala a tradução da música.
Imagine que
não há céu
É fácil se o
tentares.
Que não há
inferno sob nós,
E sobre nós,
somente o céu.
Imagine todo
o mundo
Vivendo para
hoje.
Imagine que
não há fronteiras.
Isto não é
muito difícil.
Nada para
matar ou morrer...
E também
nenhuma religião...
Imagine todo
o mundo
Vivendo uma
vida de paz.
Pergunto se o
podes,
Nenhuma
necessidade de avareza ou fome...
Uma irmandade
de homens...
Imagine todos
os homens
Compartilhando
o mundo todo.
Podes pensar
que sou um sonhador
Eu porém não
estou sozinho.
Espero que um
dia te juntes a nós,
E assim a
terra será como uma...
Locutor:
Imaginar! Como é fácil imaginar... Mas
só imaginar traz alguma felicidade real?
Personagem pré histórico: Ele está em
atividade. Gesticula, caminha e trabalha, mas não fala.
Locutor continua falando:
Locutor:
Homem que vives no século vinte. Vê este
ser que se move, porém não se comunica. Ouve pois a voz que fala no século
vinte e transmite o pensamento do ser que vês! - A história de cada homem.
Homem pré histórico:
“Minha vida é uma busca. Procuro alguém
que possa me dizer quem sou, o que sou, o que faço, o que tenho. Busco a razão
de minha vida, busco o que não tenho, busco o que não sou. Busco, e busco, e
busco. Desespero. Começo a me sentir só. A umidade da minha caverna começa a invadir o meu interior. O medo me invade.
Eu quero fugir. Que é fugir? Que encontrarei se fugir? Se eu fujo, eu realmente
não fujo, eu imagino que fujo, pois o medo está cada vez mais perto de mim,
cada vez mais ele se aproxima de mim. Está frio. A caça foi embora. Eu sinto
fome. A chuva está começando. Por que existe a chuva? Por que é frio? Por que a
caça foi embora?...
Estou perdido. A luz que invade a noite
escura, de onde vem? Que luz é esta que está perto da minha caverna? Será que
isto é um deus? Será que é o que estou procurando? Tenho que ver se tenho razão
no meu divagar...
Realmente, a luz morde, mas também é
boa. Se eu me aproximo demais, ele me castiga com a mordida, se fico longe, ela
me dá o seu calor e eu fico contente com ela...
Achei algo... Mas isto não é o suficiente
para a minha felicidade... Eu vivo uma busca...”
Luz é dirigida para um grupo de
personagens que está de costas para o público. Estes personagens gritam gritos
de protestos.
1º personagem:
Guerra! Que ódio eu tenho da guerra. A
guerra me mutilou! Mutilou meu país! A guerra matou meus princípios, meus
ideais, minha família... A guerra me fez somente um monte de frangalhos... Eu
odeio a guerra...
2º personagem:
Por que partiste se eu te amava tanto?
De que vale esta vida sem ti? Quem há de me dar carinho como tu? Quem há de
guiar a minha vida? Por que partiste se eu te amava tanto?
Já ouviste
falar da morte,
Que fria entre
nós anda,
Da morte que
leva o forte,
Da morte que é
desprezada?
Eu sinto a morte, pois ela me levou o
que de mais querido eu tinha... Eu a amava tanto... Como odeio esta vida por
saber que a vida é um simples estágio que nos leva à morte... Por que não morro
de uma vez?...
3º personagem:
(Tosse-tosse) Esta tosse bom sinal não
é. Estou praticando o suicídio lento. Quanto fumo pouco, fumo de 18 a 25
cigarros por dia. O médico disse que isto pode encurtar a existência de minha
vida em 10 anos. Esperava alcançar como meu avô ou bisavô, de 80 a 90 anos...
Sei que não chegarei aos 50. Quarenta anos
a menos que meus antepassados. Meus antepassados fumavam e respiravam ar puro e
viveram muitos anos. Eu fumo, respiro veneno e morro. Por que fui nascer neste
emaranhado utópico desta indústria que cresce, mas não morre e sim mata? Por
que?
4º personagem:
Se um dia me
vires
Caminhando sem
rumo
Por uma rua
qualquer,
Não me
perguntes para onde vou,
Pois eu não
saberei dizer.
Se um dia me
vires
Caminhando sem
rumo
Por uma rua
qualquer
Estarei a
procura do meu amor
Que nunca será
meu amor.
5º personagem:
“Eu ir ao psiquiatra? Querem que eu
fique louca? Eu estou me sentindo muito bem, não tenho problema nenhum. Vocês
inventam coisas e eu tenho que pagar por elas! Vocês acham que são
inteligentes, mas comigo não tem disto não. Eu morro de rir de vocês... (risada
histérica). Vocês querem me enlouquecer... Vocês... vocês...
6º personagem:
Quando estou
como agora,
Quando não
sinto o calor humano,
Quando não
sinto o calor da amada,
Quando estou só
com meus pensamentos,
Então
Uma tristeza
imensa me invade!
Algo me
angustia! Falta-me algo!
Donde me vem as
dúvidas
Que comigo
sempre carrego?
Será que elas
são reais,
ou são só um
capricho?
Que é
necessário para que um homem
Como eu, tenha
o seu amor,
E seja feliz?
Sim, que é
necessário?
Jogral:
Eu sou uma máquina!
O século das
luzes me forjou!
não tenho
sentimentos!
Eu tenho que
correr sempre!
Eu não posso
parar!
Eu não posso
parar!
Se eu pudesse
ter sentimentos...
Se eu pudesse
ter amor...
Se eu pudesse
ter filhos...
Se eu pudesse
cheirar uma flor...
Se eu pudesse
crer em alguma coisa...
Todos: EU SOU UMA MÁQUINA!...
Personagens se viram para o público
(fundo musical: “A Montanha” de Roberto Carlos) e começam a falar mensagens de
otimismo, apreciação à natureza, diálogos amorosos, agradecimentos à Deus.
1º personagem:
Que linda natureza! Que aurora nos veio
despertar esta manhã! Que montanhas fabulosas nos deleitam os olhos. Vejam que
flores lindas... Que ar puro nos renova as forças... Como tudo é belo. Tenho
vontade de cantar para louvar o Criador de tão grande obra de arte!!!
2º personagem:
O nosso filho nasceu! Ele pesa
exatamente três quilos! Ele é um amor de menino. Ele veio para alegrar o nosso
lar... É lindo como o pai! E vejam só que dia espetacular ele escolheu para
nascer! Senhor Deus, obrigado!
3º personagem:
Logo ingressarei na Universidade! Que
benção desfruto por nascer sob um céu que é regido pelo verdadeiro Deus. Como
eu me orgulho de poder dizer que eu nasci no Brasil. Sim, eu me orgulho em
poder dizer que nasci neste Brasil brasileiro.
4º personagem:
Eu te amo cada vez mais. Cada vez mais
eu penso em ti, e quando penso em ti, a vida para mim tem outro significado. Eu
penso na primeiro vez que te vi e tenho que voltar os meus pensamentos a Deus
para lhe agradecer o que de bom ele tem feito por nós!
5º personagem:
Realmente era
fevereiro
Eu estava junto
ao mar
E ali eu era
feliz,
Porque eu amava
a beleza do mar
E eu era amado
pelo mar.
A imensidão do
mar
Lá no horizonte
Se juntava ao
infinito do céu
Como que
pronunciando alguma coisa.
E eu me sentia
pequeno,
E eu via as
pessoas serem pequenas
Ante a
grandiosidade simples
Deste universo
harmonioso
Criado por
nosso Deus.
Neste mundo de
sonhos eu te vi
Pela primeira
vez.
Eras pequena,
como pequeno era eu.
E eu quase não
te notei
Porque eu já
era feliz.
A minha
felicidade solitária
Rebelou-se
contra mim
E então notei
que não eras pequena,
Eras da medida
exata
Para
completares a minha totalidade.
O mar continua
a ser grande!
No horizonte
ele se encontra com o céu!
O mar continua
a me amar.
Eu continuo a
amar o mar.
Tudo continua o
seu caminho,
Porém, eu te
amo mais do que ao mar
E desta maneira
te tornas grande.
Era fevereiro
O horizonte
prenunciava
Um amor que
estava nascendo,
Um amor
infindo, o nosso amor!
6º personagem:
Senhor,
Quando estou
como agora,
Quando em tudo
sinto a tua poderosa mão,
Quando confio
em ti acima de todas as coisas,
Quando estou só
e contigo.
Então Senhor
Tudo é alegria
em meu ser,
As pessoas são
amigas,
Os sonhos
realizáveis...
Senhor,
Por tudo que
acontece,
Pela água que
refresca,
Pela música que
acalanta,
Pelos amigos
que ouvem,
Senhor, por
tudo
Obrigado!
Todos cantam “A paz do céu”
Maravilhoso e
sublime prá mim
Sim, nunca me
esquecerei
Dia glorioso em
que a Cristo eu vi
E o coração lhe
entreguei.
Óh quão
precioso amigo ele é
Salvou-me da
perdição
Tirando as
culpas, das trevas livrando
E trazendo-me
pleno perdão.
: A paz do céu
encheu meu coração
Quando Jesus me
deu a salvação
Minha alma
então lavou
E a luz em mim
raiou.
A paz do céu
encheu meu coração!:
Locutor:
Apresentamos duas opções: Viver sem Deus
e viver com Deus. Quanto tiverem aceito uma opção, o nosso ato estará
terminado.
Todos cantam a segunda parte de “A paz
do céu”
Grande
esperança Jesus já me deu
Que não
desvanecerá
Há uma gloriosa
morada no céu
Que breve minha
será
Tudo porque
neste dia feliz
O meu Senhor
aceitei
Grandes
riquezas e bênçãos celestes
Das mãos
divinas alcancei.
“ A paz do céu
encheu meu coração...”
Fecha o pano.