sexta-feira, 22 de abril de 2016

UM ATO INTERMINADO

UM ATO INTERMINADO


Autor: Irineu B Strassburger



Abre o pano.

Cenário:           Palco às escuras. Fundo musical “Imagine” de John Lennon. Enquanto a música é tocada, o locutor fala a tradução da música.

Imagine que não há céu
É fácil se o tentares.
Que não há inferno sob nós,
E sobre nós, somente o céu.
Imagine todo o mundo
Vivendo para hoje.
Imagine que não há fronteiras.
Isto não é muito difícil.
Nada para matar ou morrer...
E também nenhuma religião...
Imagine todo o mundo
Vivendo uma vida de paz.

Pergunto se o podes,
Nenhuma necessidade de avareza ou fome...
Uma irmandade de homens...
Imagine todos os homens
Compartilhando o mundo todo.
Podes pensar que sou um sonhador
Eu porém não estou sozinho.
Espero que um dia te juntes a nós,
E assim a terra será como uma...


Locutor:
Imaginar! Como é fácil imaginar... Mas só imaginar traz alguma felicidade real?


Personagem pré histórico: Ele está em atividade. Gesticula, caminha e trabalha, mas não fala.
Locutor continua falando:


Locutor:          
Homem que vives no século vinte. Vê este ser que se move, porém não se comunica. Ouve pois a voz que fala no século vinte e transmite o pensamento do ser que vês! - A história de cada homem.


Homem pré histórico:
“Minha vida é uma busca. Procuro alguém que possa me dizer quem sou, o que sou, o que faço, o que tenho. Busco a razão de minha vida, busco o que não tenho, busco o que não sou. Busco, e busco, e busco. Desespero. Começo a me sentir só. A umidade da minha caverna começa  a invadir o meu interior. O medo me invade. Eu quero fugir. Que é fugir? Que encontrarei se fugir? Se eu fujo, eu realmente não fujo, eu imagino que fujo, pois o medo está cada vez mais perto de mim, cada vez mais ele se aproxima de mim. Está frio. A caça foi embora. Eu sinto fome. A chuva está começando. Por que existe a chuva? Por que é frio? Por que a caça foi embora?...
Estou perdido. A luz que invade a noite escura, de onde vem? Que luz é esta que está perto da minha caverna? Será que isto é um deus? Será que é o que estou procurando? Tenho que ver se tenho razão no meu divagar...
Realmente, a luz morde, mas também é boa. Se eu me aproximo demais, ele me castiga com a mordida, se fico longe, ela me dá o seu calor e eu fico contente com ela...
Achei algo... Mas isto não é o suficiente para a minha felicidade... Eu vivo uma busca...”


Luz é dirigida para um grupo de personagens que está de costas para o público. Estes personagens gritam gritos de protestos.


1º personagem:
Guerra! Que ódio eu tenho da guerra. A guerra me mutilou! Mutilou meu país! A guerra matou meus princípios, meus ideais, minha família... A guerra me fez somente um monte de frangalhos... Eu odeio a guerra...


2º personagem:
Por que partiste se eu te amava tanto? De que vale esta vida sem ti? Quem há de me dar carinho como tu? Quem há de guiar a minha vida? Por que partiste se eu te amava tanto?

Já ouviste falar da morte,
Que fria entre nós anda,
Da morte que leva o forte,
Da morte que é desprezada?

Eu sinto a morte, pois ela me levou o que de mais querido eu tinha... Eu a amava tanto... Como odeio esta vida por saber que a vida é um simples estágio que nos leva à morte... Por que não morro de uma vez?...


3º personagem:
(Tosse-tosse) Esta tosse bom sinal não é. Estou praticando o suicídio lento. Quanto fumo pouco, fumo de 18 a 25 cigarros por dia. O médico disse que isto pode encurtar a existência de minha vida em 10 anos. Esperava alcançar como meu avô ou bisavô, de 80 a 90 anos... Sei que não chegarei aos 50.  Quarenta anos a menos que meus antepassados. Meus antepassados fumavam e respiravam ar puro e viveram muitos anos. Eu fumo, respiro veneno e morro. Por que fui nascer neste emaranhado utópico desta indústria que cresce, mas não morre e sim mata? Por que?


4º personagem:
Se um dia me vires
Caminhando sem rumo
Por uma rua qualquer,
Não me perguntes para onde vou,
Pois eu não saberei dizer.

Se um dia me vires
Caminhando sem rumo
Por uma rua qualquer
Estarei a procura do meu amor
Que nunca será meu amor.




5º personagem:
“Eu ir ao psiquiatra? Querem que eu fique louca? Eu estou me sentindo muito bem, não tenho problema nenhum. Vocês inventam coisas e eu tenho que pagar por elas! Vocês acham que são inteligentes, mas comigo não tem disto não. Eu morro de rir de vocês... (risada histérica). Vocês querem me enlouquecer... Vocês... vocês...


6º personagem:
Quando estou como agora,
Quando não sinto  o calor humano,
Quando não sinto o calor da amada,
Quando estou só com meus pensamentos,
Então
Uma tristeza imensa me invade!
Algo me angustia! Falta-me algo!
Donde me vem as dúvidas
Que comigo sempre carrego?
Será que elas são reais,
ou são só um capricho?
Que é necessário para que um homem
Como eu, tenha o seu amor,
E seja feliz?
Sim, que é necessário?


Jogral:
Eu sou uma máquina!
O século das luzes me forjou!
não tenho sentimentos!
Eu tenho que correr sempre!
Eu não posso parar!
Eu não posso parar!

Se eu pudesse ter sentimentos...
Se eu pudesse ter amor...
Se eu pudesse ter filhos...
Se eu pudesse cheirar uma flor...
Se eu pudesse crer em alguma coisa...
Todos:  EU SOU UMA MÁQUINA!...


Personagens se viram para o público (fundo musical: “A Montanha” de Roberto Carlos) e começam a falar mensagens de otimismo, apreciação à natureza, diálogos amorosos, agradecimentos à Deus.


1º personagem:
Que linda natureza! Que aurora nos veio despertar esta manhã! Que montanhas fabulosas nos deleitam os olhos. Vejam que flores lindas... Que ar puro nos renova as forças... Como tudo é belo. Tenho vontade de cantar para louvar o Criador de tão grande obra de arte!!!


2º personagem:
O nosso filho nasceu! Ele pesa exatamente três quilos! Ele é um amor de menino. Ele veio para alegrar o nosso lar... É lindo como o pai! E vejam só que dia espetacular ele escolheu para nascer! Senhor Deus, obrigado!


3º personagem:
Logo ingressarei na Universidade! Que benção desfruto por nascer sob um céu que é regido pelo verdadeiro Deus. Como eu me orgulho de poder dizer que eu nasci no Brasil. Sim, eu me orgulho em poder dizer que nasci neste Brasil brasileiro.


4º personagem:
Eu te amo cada vez mais. Cada vez mais eu penso em ti, e quando penso em ti, a vida para mim tem outro significado. Eu penso na primeiro vez que te vi e tenho que voltar os meus pensamentos a Deus para lhe agradecer o que de bom ele tem feito por nós!


5º personagem:
Realmente era fevereiro
Eu estava junto ao mar
E ali eu era feliz,
Porque eu amava a beleza do mar
E eu era amado pelo mar.
A imensidão do mar
Lá no horizonte
Se juntava ao infinito do céu
Como que pronunciando alguma coisa.

E eu me sentia pequeno,
E eu via as pessoas serem pequenas
Ante a grandiosidade simples
Deste universo harmonioso
Criado por nosso Deus.

Neste mundo de sonhos eu te vi
Pela primeira vez.
Eras pequena, como pequeno era eu.
E eu quase não te notei
Porque eu já era feliz.

A minha felicidade solitária
Rebelou-se contra mim
E então notei que não eras pequena,
Eras da medida exata
Para completares a minha totalidade.

O mar continua a ser grande!
No horizonte ele se encontra com o céu!
O mar continua a me amar.
Eu continuo a amar o mar.
Tudo continua o seu caminho,
Porém, eu te amo mais do que ao mar
E desta maneira te tornas grande.

Era fevereiro
O horizonte prenunciava
Um amor que estava nascendo,
Um amor infindo, o nosso amor!




6º personagem:
Senhor,
Quando estou como agora,
Quando em tudo sinto a tua poderosa mão,
Quando confio em ti acima de todas as coisas,
Quando estou só e contigo.
Então Senhor
Tudo é alegria em meu ser,
As pessoas são amigas,
Os sonhos realizáveis...
Senhor,
Por tudo que acontece,
Pela água que refresca,
Pela música que acalanta,
Pelos amigos que ouvem,
Senhor, por tudo
Obrigado!


Todos cantam “A paz do céu

Maravilhoso e sublime prá mim
Sim, nunca me esquecerei
Dia glorioso em que a Cristo eu vi
E o coração lhe entreguei.
Óh quão precioso amigo ele é
Salvou-me da perdição
Tirando as culpas, das trevas livrando
E trazendo-me pleno perdão.

: A paz do céu encheu meu coração
Quando Jesus me deu a salvação
Minha alma então lavou
E a luz em mim raiou.
A paz do céu encheu meu coração!:


Locutor:
Apresentamos duas opções: Viver sem Deus e viver com Deus. Quanto tiverem aceito uma opção, o nosso ato estará terminado.

Todos cantam a segunda parte de “A paz do céu”

Grande esperança Jesus já me deu
Que não desvanecerá
Há uma gloriosa morada no céu
Que breve minha será
Tudo porque neste dia feliz
O meu Senhor aceitei
Grandes riquezas e bênçãos celestes
Das mãos divinas alcancei.

“ A paz do céu encheu meu coração...”




Fecha o pano.

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