sábado, 2 de maio de 2015

A Descoberta da vida

A Descoberta da vida

Autor: Autor desconhecido
Tema: Religiões
Personagens: João, Espírita, Colega, Médium, Psiquiatra, Sacerdote, Pai-de-santo.
Tempo aproximado: 20 a 30 minutos
Sinopse: João percorre várias igrejas e seitas a procura de respostas para as coisas da vida até que aceita o convite de um amigo cristão para visitar uma Igreja cristã.

(Abre-se as cortinas, e o ator entra no palco).

Olá! Meu nome é João. Eu sou hoje um cristão, mas nem sempre foi assim. Durante toda a minha vida eu tentei encontrar a verdade, a luz que guiaria meus passos nessa vida e me mostraria o que realmente há depois da morte. Como eu não tinha quem me amparasse e me dissesse quem era Cristo, eu passei por várias religiões, mas Deus quis que eu encontrasse o Seu caminho, e hoje eu agradeço a Ele. Minha história começou há muito tempo atrás... (Sai do palco pelo outro lado. Quando volta, está com outra roupa e carrega material escolar acomponhado por um colega. São abordados por uma pessoa na rua.)

(Espírita) - Oi! Eu sou  __________. Estou fazendo uma divulgação do centro espírita Luz do Oriente. Nós estamos tentando ampliar o nosso campo de atuação nesta cidade e eu gostaria de convidá-los para a nossa sessão de amanhã às 19h.
João: É, cara, tu veio mesmo a calhar, meu. Eu nunca tive religião, mas sempre senti falta disso. Amanhã eu tô lá, pode esperar.
(Colega) : Ih, meu! Não vai atrás disso. Esses caras não passam de um bando de loucos. Uma tia minha foi numa sessão dessas; disseram que a coitada recebeu um espírito e começou a falar em outra lingua. Ela nunca mais recuperou sua estabilidade emocional. Não passa de um trapo hoje.
João: Pô, mas tu é medroso mesmo, hein? Eu vou lá sim; não tenho nada a perder, cara. Se eu gostar, eu vou seguir. Finalmente apareceu alguém que se interessou por mim. (diz para o espírita) Olha, pode me dar o endereço que eu vou lá.
(Sai o espírita por um lado e os outros dois pelo outro. Fecha-se as cortinas).

(Abre-se as cortinas, Aparecem João, o espírita, um leigo e um médium, todos sentados em volta de uma mesa para a experiência do copo).
Médium: Agora, vamos todos nos concentrar. (passa-se algum tempo). Se há algum espírito nesta sala, manifeste-se. (Copo - SIM). Como é o seu nome? (Copo - João). Em que lugar você nasceu? (Copo - Porto Alegre). Em que ano? (Copo - 1973). Você estudou? (Copo - Sim). O que você estudou? (Copo - 2º Grau). Em que ano você desencarnou? ( O copo não se mexe. João começa a ter tremeliques e desmaia. Fecha-se as cortinas).

( O protagonista está em recuperação em uma clínica. Está sentado, conversando com o psiquiatra que o tratou).
Psiquiatra: Então foi isso que aconteceu? Você compareceu a uma sessão espírita e teve convulções durante a experiência do copo?
João: É, doutor. Mas o que eu achei estranho foi o copo estar falando de mim. O cara lá, como é? Médium? Ele invocou o espírito e o copo falou tudo a meu respeito. Meu nome, onde eu nasci, meu nível de instrução. Como isso pode acontecer?
Psiquiatra: O que provavelmente aconteceu foi o seguinte: o seu inconsciente, uma parte da sua mente que não aparece a toda hora, foi acionado pelo clima do momento e começou a falar como se fosse o espírito invocado. As convulsões e o desmaio provavelmente foram provocados pelo susto que você, em seu inconsciente, levou co a pergunta sobre o ano da morte. Seu inconsciente reagiu para protegê-lo da idéia de morte e fez com que você desmaiasse.
João: Mas o inconsciente pode fazer tudo isso? Mexer copos e responder perguntas?
Psiquiatra: Isso e muito mais! Todas essas psicografias, incorporações, regressão de memória, curas e outros, não passam de sugestões do inconsciente das pessoas. O espiritismo é uma religião que tenta tornar sobrenaturais fenômenos que, à luz da ciência, são facilmente explicados. Mesmo a regressão a vidas passadas não passa de uma técnica de hipnose que faz com que as pessoas, usando o inconsciente, criem as histórias mais mirabolantes que se possa imaginar.
João: Droga! E eu que pensava que esse pessoal tinha algo de bom pra me apresentar. Durante toda a minha voida eu tentei encontrar a religião certa e até hoje eu só quebrei a cara.
Psiquiatra: Eu acho que posso ajudar. Eu sou budista praticante. O Budismo é uma religião que não invoca espíritos. O espírita procura seguir os passos do mestre Buda e, através dos rituais de purificação e meditações, alcançar a perfeição e chegar ao Nirvana. Se você quiser, eu posso acertar como sacerdote do templo que eu freqüento e você fica uma semana lá.
João: É, tudo bem. O que eu tenho a perder? ( Fecha-se as cortinas).

( Aparecem João e mais 2 ou 3 pessoas ajoelhadas, com a cabeça inclinada, em posição de meditação. O sacerdote entra com uma vara na mão, segundo o custume budista, para contiolar a meditação. Depois do sacerdote andar 3 ou 4 vezes de um lado para outro, João coça a cabeça, o que é considerado um sacrilégio na meditação budista. O sacerdote então lhe dá uma varada).
João: Ei, cara, o que pensa que tá fazendo?
Sacerdote (reage com tremenda estupidez): Cale-se e volte à sua posição.! Não desrespeite o iluminado!
João: Tu nem mesmo tenta ser agradável. Como espera manter as pessoas aqui?
Sacerdote: Se não voltar já a sua posição, será puniodo com as chibatadas.
João: Eu vou embora! Não agüento mais ficar comendo só arroz e alface. Faz uma semana que eu tô aqui e não posso nem passar pela cerca, pis vou ser castigado. Tô até desconfiado se vocês são mesmo homens, pô! As garotas tão logo ali do lado e vocês nem se mexem.Parecem de gelo. Vê se te enxerga, meu!
Sacerdote: Gente como você não é digna do mestre Sidartha Gautama. Suma-se daqui, rapaz! Volte para sua sociedade de consumo e depravação. ( fecha-se as cortinas).

( João aparece um pouco mais velho, aconselhando-se com um pai-de-santo. Em um terreiro de Umbanda. Muitos curiosos ao redor bservam a cachaçada e as baforadas do charuto do preto véio).
Pai-de-santo: Então fio, o que suncê qué sabê?
João: Eu quero saber porque eu não consigo me acertar em nenhuma religião. Eu já tentei entrar no espiritismo e descobri que não passa de uma fraude que os próprios espíritas cometem sem saber. Acabei parando numa clínica psiquiátrica. Depois passei para o budismo, mas eu não agüentei a rígida disciplina e as privações que eles impunham. Isso sem contar as chibatadas que levei durante as meditações. Eu quero encontrar a resposta, meu pai.
Pai-de-santo: Fio, preto véio sabe das coisa. Tu tá é com espírito de pombagira ruim. Suncê tem que fazê despacho, fio. Meia-noite de sexta suncê traz um prato com sapo morto e boca costurada . Dentro da boca uma oferenda e do lado do prato uma garrafa de pinga. Deixa tudo na encruzilhada aqui na frente. Assim pombagira vai deixá suncê, fio.
João (desconfiado): E o que acontece com o despacho?
Pai-de-santo: Espírito de Ogum vem e leva espírito da pombagira de você. O despacho fica na encruzilhada mesmo.
João: Vai te catar, meu! Tá escrito “otário”aqui na minha testa? Vocês vão é mandar recolher a pinga e a grana. Senão, de onde vocês tiram grana para comprar charutos? As garrafas de pinga vêm de onde? Se querem encher a cara, procurem outro pato. Eu vou embora e vou esquecer que existe religião.
(Assim que deixa o terreio, João é assaltado. Quando os agressores fogem ele cai ao chão, chorando. Passa por ele o mesmo ator que foi seu colega no início).
Colega: Ih, rapaz! Que fossa é essa?
João: Eu não sou ninguém mesmo. Acabo de ser assaltado, um pai-de-santo tentou me enganar para tirar minha grana. Eu continuo sem ter uma religião que me satisfaça, algo que eu quis ter durante toda a minha vida. acho que vou mesmo comprar a pinga que o pai-de-santo disse, quando tiver grana, para me afogar nela.
Colega: Cara, você não é o João?
João: sou. Você me conhece?
Colega: Claro, meu. Eu sou o ___________. Lembra que eu te disse para não se meter no espiritismo há alguns anos? Pelo jeito, tu foi bem mais longe!
João: rapaz, eu nem te reconheci! Dá cá um abraço. E tu, o que anda fazendo da vida?
Colega: Eu tô trabalhando numa multinacional lá perto de casa. Mas tu tá um bagaço, hein? Tudo isso é religião, cara?
João: É sim, cara. E tu passou por esse problema também?
Colega: Passei, mas já tá resolvido
João: Como? Abandonou todas as religiões?
Colega: Não, descobri a salvação , cara! Descobri a vida! Uma vez, um missionário bateu à minha porta e me falou de Jesus Cristo. Eu resolvi conferir e me encontrei. Jesus é mesmo o canal!
João: Não vem, meu. Eu não acredito mais em religião nenhuma. Esses caras de igreja, então, nem se fala. Só sabem pregar o fim do mundo e recolher grana.
Colega: Você já experimentou alguma vez ir à igreja conversar com pessoas cristãs?
João: Não, nunca.
Colega: Bem, se mudar de idéia e resolver experimentar antes de julgar, te dou o endereço da minha igreja e você passa lá. Tenta, cara, e você não vai se arrepender.
João: Vou pensar no caso, cara. Mas se não der certo, eu juro que nunca mais vou atrás de religião nenhuma! (Sai cada um por um lado. Aparece João com a mesma roupa do início da peça).

João: Bem, a minha história é essa. Resolvi aparecer na igreja e minha vida mudou. Conheci pessoas diferentes, que têm um Deus que as ama a ponto de entregar-se à morte por elas, que não merecim nada Dele a não ser castigo. E tudo isso eu aprendi com uma visita de um missionário. Jä imaginaram se todos os cristãos fizerm isso? O mundo se tornarámais feliz. Mais pessoas se tornarão cristãs e serão salvas de uma morte que é pior que essa morte que a gente conhece. Vamos lá, pessoal! Onde quer que possam falar, falem. Talvez os resultados demorem a vir, mas virão, podem ter certeza. (Fecha-se as cortinas).

Nenhum comentário:

Postar um comentário