sábado, 2 de maio de 2015

Mundo Caido

Mundo Caido
Andréia Mansk Boone


(Música agitada que marca a entrada de várias pessoas (empresérios, mulheres ricas, estudantes, motorista de carro, pessoas simples) extremamente ocupadas, sem tempo e no meio delas se encontra um escritor que  tenta escrever um livro sobre o ser humano no mundo atual, ele observa, procura falar com algumas pessoas, mas todos estão com pressa, estão ocupados.)

(Escurece o palco, abaixa a música que aos poucos desaparece, as pessoas aos poucos vão se retirando do palco e o escritor diz:)

Escritor: Até que ponto chegamos! O ser humano é algo... impressionante... e decepcionante ao mesmo tempo! Como deixamos isso acontecer conosco? O mundo está caído, ninguém parece falar a mesma língua, estamos perdidos em uma selva tecnologicamente destrutiva, onde os principais vilões são o homem e o tempo, onde não se fala a língua da compreensão, da fratenidade. Não temos tempo, estamos por demais cansados, exaustos, estressados. Nos sobrecarregamos ao máximo e tentamos ganhar tempo, pois dizemos "tempo é dinheiro".

(Entra no palco uma mulher cheia de jóias, com um celular ligado (representando o amor ao luxo, ao dinheiro), falando com alguém (um homem), de repente ela larga o celular, olha em direçao ao escritor (ela parece desconfiada dele, como se ele pudesse ter pego o dinheiro) mais precisamente olha para uma nota de dinheiro que está no chão e diz:

Mulher: Você está aí! Como não vi você antes? Mas também com tanta gente apressada passando por aqui.

(Chega mais perto do escritor (este acha que a mulher está se referindo a ele, fica todo oriçado, orgulhoso) a mulher fica pertinho dele e grita:)

Mulher: Não se mexa! Eu vi primeiro! É minha.

(Se abaixa, pega a nota de dinheiro, o escritor leva um susto.)

Mulher: Hoje com tanta economia para se fazer! Quer dizer aos outros. Eu não faço economias! Eu gasto muito! Mas somente com coisas úteis! Jóias, viagens, comidas caras... Por isso nunca perco esta belezinha!

Escritor: (nervoso) Quer dizer que vocês nunca perde? Você só perde!

Mulher: Coitado! Está com dor de cotovelo, pois além de não te dar bola eu achei o dinheiro, Money, queridinho! Não vou perder tempo com você. Você é da ralé.

(A mulher sai toda orgulhosa e o escritor cada vez mais decepcionado diz:)

Escritor: Estou vendo que não vai ser fácil escrever um livro que fale sobre o ser humano no mundo atual. O orgulho, a soberba, o dinheiro estão correndo no homem. Como buscar reposta, explicações, sobre o mundo, sobre o que nós não podemos enxergar, as pessoas estão mais materialistas e não conseguem sentir que "o que é essencial é invisível aos olhos".

(O palco escurece, aparecem gritarias, tiros, correria, está ocorrendo um assalto, uma pessoa é atingida, a polícia só aparece para buscar o corpo, o escritor se refugia dos tiros, fica apavorado.)

Escritor: Isto é um absurdo! Pessoas se matando! A violência tomou conta das ruas e vivemos com medo, vivemos oprimidos. Mas em tudo isso somos culpados!

(O escritor se dirige ao público e pergunta:)

Escritor: Você já matou alguém? Muitos de nós nunca apontou uma arma a alguém e atirou. Mas matamos quando negamos auxílio a quem precisa. Auxílio afetivo, espiritual e material. Estamos preocupados demais com nós mesmos que matamos com nosso egoísmo o próximo, sufocando, angustiando nossa alma.

(Entra no palco uma mãe desesperada e seu filho totalmente alucinado devido aos efeitos de drogas, ele se encontra machucado, pois entrou em brigas...)


Mãe: (chorando e suplicando) Meu filho largue as drogas! Você está se prejudicando.

Filho: Que isso coroa! Estou ótimo, isso aqui é fenomenal, é o bicho cara!

Mãe: Meu Deus, onde eu errei! Estou presa até as raízes a um tremendo sentimento de culpa que me torna uma completa desgraçada.

(A mãe se encontra em completo desepero, o escritor tenta consolá-la, entram dois bêbados fazendo barulho e o drogado se une a eles, a mãe desesperada vai atrás do filho.)

Escritor: (joga o caderno de anotações no chão juntamente com a caneta, está horrorizado) Não vou mais escrever, não tem jeito, o que dizer da humanidade? Dizer que estamos condenados? Meu coração está repleto de tristezas, de desesperanças, de feridas. Estamos todos condenados, não há esperança (grita).

(Na platéia um personagem se levanta e diz:)

Personagem: Espere! Há esperança! Não estamos condenados!

(Estaepersonagem se dirige ao palco e ao escritor.)

Escritor: O quê?

(O personagem já no palco.)

Personagem: Como podemos estar condenados se temos Jesus Cristo como Salvador? Estou envergonhado, porque no fundo sou um pouco de cada pessoa que passou por este palco hoje, às vezes sou orgulhoso, só penso em mim, em dinheiro, no trablaho e esqueço das pessoas que precisam de mim, às vezes me entrego a pequenos vícios que afetam o corpo, minha alma e às vezes sou um pouco de você, tendo desiludido, cansado de levantar questões, encontrar explicações que são bem óbivas e fico triste.

Escritor: (rapidamente pega o caderno e a caneta, faz anotações e pergunta:) Mas como assim? Fale mais?

Personagem: Vivemos num mundo doente, construído por uma sociedade da qual fazemos parte e que é uma sociedade que obedece a um sistema profundamente egoísta. E onde há egoísmo, há opressão, desunião. Somos oprimidos pelo mundo que nós mesmos construímos - mundo em que não existe absolutamente liberdade, mas opressão, angústia, uma incontrolável náusea e muitas feridas no coração.

Escritor: É verdade, Deus nos criou para sermos livres, criou um mundo bonito e nós com nosso egoísmo estamos destruindo-o, fomos criados para habitarmos um jardim, nunca uma megalópole neorotizante.

Personagem: Nós podemos mudar isso! Lógico. Não podemos mudar o mundo tecnologicamente modeno, avançado, mas podemos mudar nosso modo de viver nele. Precisamos reservar um tempo para lermos a Bíblia, fazermos orações, nos reunir sadiamente com os amigos, com a família, ajudar as pessoas que enfrentam problemas com vícios, sermos mais tolerantes, gentis, levar a palavra de Deus aos corações que ainda não a conhecem. Precisamos chegar humildemente, diante de Deus e suplicar pelo seu perdão para nossos pecados e falhas que cometemos diariamente. Não podemos ficar de braços cruzados, reclamando, botando a culpa no governo, naquilo, nisso e em Deus. Não vamos somente falar, vamos orar, vamos agir.

(Escritor e personagem se despedem e o escritor se refere a este dizendoJ

Escritor: Agora posso escrever meu livro!

(Escritor se dirige a platéia e diz:)

Escritor: Este livro que tanto me refiro, todos nós vamos lê-lo, pois se trata de um livro que estamos escrevendo em nossos corações, estamos vivenciando esta realidade juntos, às vezes em diferentes oportunidades e momentos, com diferentes palavras. Mas o final? Como escreveremos? O final nós não vamos escrever porque o final já está escrito há muitos anos. Jesus vai voltar, ele é o próprio amor, é a salvação e todos que no amor acreditam com ele subirão. Ele é o melhor final que pode existir, e pela fé nele, estaremos fazendo parte deste final eterno, que será na casa de Deus, o céu.

Fim dessa peça, mas já é o começo para outra...
E você com certeza vai participar...

Que as bençãos de Deus estejam sobre nós.

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