sábado, 2 de maio de 2015

AS BODAS DE DIAMANTE

AS BODAS DE DIAMANTE

 (cantado) O meu chapéu tem três pontas, tem três pontas o meu chapéu, se não tivesse três pontas não seria o meu chapéu.
 A minha camisa tem um buraco, tem um buraco a minha camisa, se não tivesse buraco, não seria a minha camisa.
 A minha calça tem remendo, tem remendo a minha calça, se não tivesse remendo não seria a minha calça.
 O meu sapato tem chulé, tem chulé no meu sapato, se não tivesse chulé não seria o meu sapato.
 A minha gravata tem um nó, tem um nó na minha gravata, se não tivesse o nó (falado) é claro que não parava no pescoço. 
 Estes dias nóis, eu e ela estávamos lembrando datas antigas. Quando ela de repente disse: Aquele dia tal eu casei. Puxa!!! Eu disse: Será que pode? Eu também casei naquele dia. Daí ela disse que o casamento foi naquele tal cartório. Pode??? Eu disse: Será que isso é uma coincidência? Pois eu também casei naquele cartório, depois ela disse: Eu casei naquela tal igreja, daí eu disse: Aí já é coincidência, pois eu também casei naquela igreja!!! Ela pensou um pouco e disse: E isto vão fazer 30 anos. Nossa!!! Eu disse: Isto é muita coincidência, pois eu também vou fazer 30 anos de casado. Daí eu disse: Eu 30 e você 30 isto dá 60 anos e isto é chamado de Bodas de Diamante. E aí eu preparei uma surpresa pra ela. Eu mandei preparar um bolo com 60 velinhas (aí se virando para o lado chama):
 OOOO!!! Pode entrar. Eu tenho uma surpresa pra você. Eu mandei preparar um bolo com 60 velinhas. Primeiro você apaga as tuas 30 e depois eu apago as minhas.
 (E quando eles se aproximam do bolo, eles vêem que tem só uma lâmpada de 60 WS e revoltado ele pega o telefone e liga para a padaria).
 Ele: Alô é da onde?
 Telefonista: É da padaria.
 (Ele tira o telefone e pede pra ela).
 Ele: Padaria é lá onde eles fabricam o bolo?
 Ela: Claro que é lá.
 Ele: Então ta certo. Alô! Eu pedi pra vocês colocarem 60 velinhas no bolo, mas aí tem só uma coisa parecida com vela.
 Telefonista: É que no bolo só cabiam 59 velinhas, daí nós botamos uma lâmpada de 60 WS que representa os 60 anos.
 (desliga).
 Ele: Ela disse que não conseguiram colocar 60 velinhas, mas só 59 e aí botaram essa coisa parecida com lâmpada. Pode apagar, eu deixo você apagar. (ela tenta apagar e não consegue).
 Ele: Mas como você está mal de pulmão. (ele também assopra e não consegue, ela assopra, ele assopra e nada).
 Ele: Eu vou ligar denovo, e quero vela, e não essa coisa aqui.(liga o telefone) Alôôô!! Você tem vento pra vender? Aqui o nosso acabou e estamos com o pulmão à flor da pele e essa coisa de 60 WS não apaga.
 (a telefonista tenta interromper).
 Ele: Eu quero... Deixa eu falar, quando um burro fala o outro escuta. Eu quero que vocês me troquem estes 60 WS por uma vela de verdade já de imediato.
 Telefonista: É que pra apagar esta lâmpada vocês precisam encostar boca com boca e assoprar que daí apaga.
 Ele: E com isso apaga? Porque tu não falou isso logo, mas igual eu quero que troquem essa coisa de WS por uma vela de verdade.
 Telefonista: Tá, tá, tá vou mandar alguém logo trocar. (desliga o telefone).
 Ele: Ela disse que nóis é pra botar a boca juntas que isso apaga. (e eles o fazem e alguém apaga). Ó!!! Ela apagou!!!! Que beleza, que tal se tivesse agora 59, já penso quantas vezes nóis poderíamos apagar?
 (alguém troca o foco por uma vela e deixa aceso).
 Ele: Agora sim isto é uma vela de verdade, essa deixa que eu apago (ele vai com a boca perto da vela e puxa fôlego para assoprar, mas o fogo entra na boca). Eu queria assoprar e o fogo entrou na boca e eu engoli, e agora o que eu faço? Isto pode queimar tudo por dentro.(fica todo agitado).
 Ela: Eu já sei! Vou assoprar na tua boca. (e assopra).
 Ele: Será que apagou? Parece que sim. Bem que poderia ter o bolo cheio de velas, eu ia engolir o fogo de todas elas, e você ia assoprando até apagar.
 Ele: Bem!!! Agora que já conseguimos apagar todas as velas os nossos convidados podem entrar.
 (entra o primeiro casal com um presente, que é um ferro de passar antigo (o presente deve estar bem embrulhado) e depois de dar os parabéns lhe entregam). (Os noivos pegam).
 Ele: Nossa! Que pesado!! Eu acho que é ouro. Olha!! Se isto for ouro, 80% são meus e 20% são pra você.
 Ela: Não!! Eu quero 50%.
 Ele: Não!! Então 70% pra mim e 30% pra você.
 Ela: Não!! Eu quero 50%.
 Ele: Eu abaixo mais um pouco, mas menos que isso não. 60%.
 Casal 1: Porque vocês não abrem primeiro e olham. Se não é ouro vocês estão brigando a toa.
 Ele: É mesmo! Vamos olhar primeiro (abrindo). Nossa!! O que é isso? Já sei! É um fogão á lenha portátil. Olha! Aqui dentro vai a lenha (segurando com uma mão).
 Casal 1: Isto não é fogão. (mas ele faz que não ouve).
 Ele: Este vai dar uma economia. Olha! Vai uma panela de cada vez, não tem esse negócio de duas, três panelas. Que economia! Muito obrigado!!
 Casal 1: Isto não é um fogão à lenha, isto é um ferro de passar.
 Ele: Ferro de passar? Mas como? Não tem como ligar vai esquentar como?
 Casal 1: (mostrando). Aqui vai brasa, e daí é só esperar que ele esquenta.
 Ele: E como faz pra apagar?
 Casal 1: Ué!! A brasa apaga por si, é só deixar parado.
 Ele: Então não é de assoprar na boca? Não gostei do presente.
 Casal 2: (entra, cumprimenta e entrega o presente).
 Ele: (abre o presente). É um liquidificador. Muito obrigado. Faz 30 anos que você está querendo um liquidificador, agora você tem um.
 Casal 2: isto não é liquidificador, isto é uma lanterna.
 Ele: Lanterna? ...não é isso que a CBF dos prós-times de Futebol que estão mal colocados. Não vai dizer que seu time está mal, e para se livrar está entregando pra nós como presente?
 Casal 2: Isto não é esta lanterna, isto é para acender fogo pra alumiar a noite quando é escuro.
 Ele: E como faz pra ter fogo e luz?
 Casal 2: (mostrando). Aqui se põe querosene e aqui se acende.
 Ele: E como se faz pra apagar?
 Casal 2: Assopra na boca.
 Ele: Assopra na boca? Que beleza!! Muito obrigado!! Vou acender umas 40 vezes por dia só pra ver se funciona.
 Casal 2: Mas tem que assopra na boca da lanterna.
 Ele: ÓÓÓ!! Que pena!! Não gostei muito desta.
 Casal 3: (entram como os demais, dão os parabéns e entregam o presente (que é um liquidificador)).
 Ele: (abre), uma máquina de lavar roupa!!!
 Ela: Mas isto é pequeno pra lavar roupa.
 Ele: Isto é só para lavar roupas pequenas, aquelas roupas debaixo que se lava escondido. Aquelas grandes você continua lavando lá no tanque.
 Casal 3: Isto não é máquina de lavar roupa, isto é um liquidificador.
 Ele: Já estou vendo que isto também não é de apagar com a boca, acho que é melhor nóis ir comer o bolo. (cortam o bolo e repartem um pedaço pra cada um e quando estão comendo alguns vão falando (como é gostoso, que delícia...)) (todos falam a mesma coisa).
 Ele: Eu vou ligar pra aqueles que fizeram o bolo e agradecer, porque ficou tão gostoso. (liga). Alô! Eu queria agradecer...
 Telefonista: (interrompe). Eu mesmo queria ligar pra pedir desculpas pela falha.
 Ele: Que falha?
 Telefonista: É que nós em vez de botar açúcar, nós pegamos sal, foi um engano.
 Ele: (desliga o telefone). Podem parar de comer. Eles pegaram o saco errado, em vez de bota açúcar, botaram sal.
 (os convidados saem descontentes).
 Ela: Viu o que tu fez agora?
 Ele: Mas não é curpa minha. É melhor assim, sobrou mais pra nóis.
 (fim e fecha a cortina).



Autor: Lindolfo Albrecht




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